quinta-feira, 21 de junho de 2012

Tentando identificar a música

Oi  Camaradas estou ouvindo a música Clandestino, mas não sei de quem é o autor, mas língua espanhola deixa eu encantada, meu quadril que rebolar no ritmo da música mas eu vou analisando a letra o negro clandestino , o indio..., a Lilian , a vida.... Manu Chao e muito bom , agora eu vou para a música Desaparecido , eu vou vendo que estou desaparecendo, se não mostrar voz, radicalizar ler, ,,, raspar a cabeça , será que eu negra vou ser confundida com uma nazista? E meu amigo de Curitiba branco será confudindo com um negão macumbeiro?Sou negra Macumbeira sim senhor!!!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Uma declaração de enegrecimento



Viemos por meio desta, declarar que condenamos qualquer forma de preconceito racial, pois entendemos que esta ideologia encontra-se inserida na sociedade caracterizada como imaculada, branca e cristã há cerca de quinhentos anos. As senhorias negavam veementemente que não existia racismo no Brasil, entretanto, desde a época do descobrimento até a conjuntura contemporânea assistimos passivamente várias formas de manifestações racistas, que ao serem deflagradas são justificadas como atitudes socialmente construídas e culturalmente arraigaram costumes, meios, modos de falar e agir, um exemplo que podemos apontar é o fato de verbalizar em diversas situações do cotidiano os sinônimos: “humor negro, vala negra, ovelha negra, nuvem negra, dentre outras” que deturpam e associam o fato de que tudo o que é negro/a é ruim, internalizando e naturalizando a expressão concreta do racismo. Por isso, combatemos qualquer forma de preconceito.

A fim de entendermos o que de fato significa a terminologia “racismo”, buscamos na fundamentação de Bernard (1994, p.11) tal discussão, para tanta, a mesma elucida que esta é uma “teoria que sustenta a superioridade de certas raças em relação às outras, preconizando ou não a segregação racial ou até mesmo a extinção de determinadas minorias”, outra definição diz que: “O racismo é um preconceito contra um "grupo racial", geralmente diferente daquele a que pertence o sujeito, e, como tal, é uma atitude subjetiva gerada por uma sequência de mecanismos sociais”.

A partir dessas concepções, entendemos que as ideias de caracterizar a sociedade brasileira a raça pura e ariana associaram os negros /as e outras minorias ao patamar inferior e a marginalidade que se objetivaram desde o advento do descobrimento e perpassaram instituindo através da mídia, ciência, cultura, política, dentre outras formas de relações. Assim, abordar essa temática em uma sociedade assentada no sistema capitalista no qual o padrão em suas mais diversas relações é constituído por brancos/as, traz aos negros/as uma demanda no que diz respeito a sua cultura, a construção subjetividade e ao reconhecimento pelos próprios negros em se reconhecerem como tal e não reproduzir o próprio racismo.

Visando obter visibilidade e reconhecimento os movimentos sociais deste segmento, lutam em prol de uma construção de identidade a fim de resgatar valores, costumes e crenças que foram “reprimidos” desde a escravidão. Esses mesmos negros/as ajudaram no desenvolvimento e na construção do Brasil, entretanto, o que predominou na sociedade foi às identidades da classe dominante, caracterizando um padrão de beleza europeu, esguio/a, magro/a, louro/a sarado/a, ignorando expressivamente que nós negros/as temos uma estrutura corpórea diferente, que não necessitamos de plásticas, que somos mulheres e homens grandes e nossos cabelos crespos[1] crescem para cima e podemos fazer o que quisermos com ele. Combatemos qualquer propaganda que afirma a ideia de que a mulher e homem negro têm que ser “quente”. Por isso, aplicamos uma nova terminologia: “enegrecer” (que é o contrário de clarear) nosso povo, é um dos caminhos que possibilita o fomento de informações sobre a cultura e os direitos básicos.

A constituição Federal de 1988, diz que “todos são iguais perante a lei” (art.5º), entretanto, a característica do individuo suspeito para a polícia é o “preto, pobre e bandido”, o grande quantitativo de presidiários constitui-se desse segmento, no mercado, por exemplo, a desigualdade está intrinsecamente relacionada a cor, pois a mulher branca ganha menos que os homens, porém as negras ganham menos ainda. Por isso, é preciso muito mais que reflexão para mudar essa ordem, é preciso acabar com tal ideologia, e fazer com que a desigualdade social seja o fundamento do capitalismo e que consigamos atingir o estágio revolucionário respeitando gênero, identidade etnia, raça, dentre outros.

Por isso, Enegreça Irmãos / as



[1] Não existe cabelo duro, pois contrário de duro é mole, acreditamos que não existe cabelo mole.
 
Esse texto foi feito para jornal da Secretaria Nacional de Casas Estudantis