sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Rapidinha no quarto

Ela escuta alguém lhe chamando, mas, continua na sua cama.
Ela ainda estava dormindo logo aquela voz era do sonho.

Mas ela continuava dormindo a revolução poderia acontecer a qualquer momento.
Pois deveríamos está preparados para tomar da classe dominante o que é nosso.
Mas ela continuava dormindo achando que a voz era um sonho.
Quando ela desperta, de um sono quase profundo, ela acorda e ver seus mas velhos mortos.
Atirados pelo chão com balas sobre a cabeça.

Ela entra em desespero, pois eles pediam socorro em sua voz.
Ela não pode fazer nada. O sono a salvou da morte, mas custou a vida de seus camaradas .
Que lhe ensinaram a crescer, criar, inventar,  segurar em armas ,ler , lutar e vencer.
Ela enxugou as lagrimas, levantou-se, empunhou a arma  e falou: Camaradas sempre em vigilância, pois não se sabe a hora que vai acontecer.

Quem perdeu seus entes queridos? Eles os inimigos não avisam quando irão chegar para nos desarmar.
A voz chamava por socorro, lá fora do quarto,
 Fora da casa a revolução ganhava cor, era Vermelha.
Todos tinham armas e a classe trabalhadora era a própria arma.


Lilian Luiz Barbosa

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Estava acordada ainda pela madrugada


Estava acordada ainda pela madrugada,
Aqui  neste quarto a essa hora é triste.
Cinco horas da manhã tenho  que me levantar.
Caso contrário a patroa vai me matar.
Nunca antes soubera como sair  dali.
Embriagada de sono, porém,  as dores corpo permanecia,

Não são  do cansaço, de  trabalhar o dia inteiro,

 Sim as dores da agressão. 
Era deprimente, na sua mente, a música do Martinho da Vila

 Cujo o nome era:“Já tive mulheres “

Pois não gostava dessa música, pois seu patrão,

Toda vez que  a violentava, cantava essa música  e tirava o roupão.

Ia ao seu pequeno quarto e pedia para ela ajoelhar no chão.

Que humilhação, eu não quero viver neste mundo de cão.
Ele falava: tenho a mulher que eu quero, morena, loura, mulata, negra, índia, amarela parda.

Mas você e a que eu mais amei, porém,

Ela negra, pernas longas e grossas, seios fartos, quadril largos

Não entendia  o porquê .

Ele tinha uma esposa branca que estava dormindo.

A patroa em seu leito dormia como anjos que caiu do Céu.

Pois amanhã é outro dia, ela precisa descansar,

Para supervisionar a empregada que anda  meio preguiçosa.

Desaforos para lá e pra cá do dia inteiro.

O casal tinha filhos adultos,

Que não moravam  naquela casa.

Usando uniforme, pois, ninguém merece,  dizia:

Empregada é gente.

Ela quase da família, era extensão  da família.

Espancada, em silencio todo dia ela ficava ali,

Direto, em um constante trabalho, de sobreviver,

Caso contrário ela ia morrer.

Afinal de contas quem sabia que ela a empregada?

Como voltava para casa?

Pois ela não tinha casa.

Sua avó trabalhava ali,

Sua mãe morreu esfaqueada pelo pai,

Não sabia ler e escrever

 E todo dia as cincos horas da manhã,

 O relógio tocava, ela saia do inferno e

 Voltava mecanicamente para o céu,

Com direito a reclamação dos santos.

De servi aquela pseudo - família tradicional

Arrumar a cama: desfeita do casal

Arrumar a mesa: Café da manhã, desfazer.

Lavar a louça

Secar a louça

Guarda a louça

 Arrumar a mesa: lanche, desfazer.

Lavar a louça

Secar a louça

Guarda a louça

Arrumar a mesa: almoço, desfazer.

Lavar a louça

Secar a louça

Guarda a louça

 Arrumar a casa,

Limpar o chão,

Limpar  banheiro,

Lavar a janela com sabão,

Secar a janela,

Secar chão,

Arrumar a mesa: lanche da tarde, desfazer.

Lavar a roupa,

Arrumar a mesa: jantar, desfazer.

Lavar a louça

Secar a louça

Guardar a louça

Passar a roupa

Guarda a roupa

Arrumar a mesa: lanche da noite, desfazer.

Lavar a louça

Secar a louça

Guarda a louça

Lavar o corpo

Secar o corpo

Guarda o corpo

No quarto pequeno de novo.

Lavar o corpo

Enxugar o corpo

Sujar o corpo  de novo

Madrugada chegando...

O patrão vem entrando

Cantando  a música

Que se repete de novo.

Violentando  sucessivamente.

Eu não aguento mais,

 Não consigo pedir socorro.

Mas se me silenciar eu não luto,

E não fujo eu morro.

Mas para quem vou denunciar?

Pois nem sei a quem pedir o socorro.


Lilian Luiz Barbosa

Coisas desconexas


Dura.

Duro.

Pensamento impuro,

Dissolvo puro,

Meus pensamentos.

Descem quentes,

Para lente,

Mas as esquinas da rua que me esperam.

Deito na pedra dura.

Dura é meu pensamento.

Que voa pelos labirintos dessa rua.

Ligo meus sensores,

Eles caminham e

Corro para sentar

Deito na pedra dura,

E meu pensamento vai se calar.

Lavo com sabão meu pensamento.

Duro, mole, puro, dura até o meu pensamento caí.

Ele vai viajando pelos córregos do esgoto

Seguindo ao mar afora...

 

 

 

 

Noite de Insonia: Tentativa frustada de uma poesia


Duas e dois da manhã eu não consigo dormir,

Li umas coisas de minha autoria para uma amiga,

Eu comentei que tenho dificuldade de escreve, e mostrar minhas crias;

Mas isso não é novidade para ninguém.

Mas o que deixou pensativa,  foi  a nossa conversa.

Ela disse que o serviço social faz a gente ficar tão critico

Que não conseguimos mais olhar as coisas que não seja pelo lado cientifico.

Ou seja, eu escrevo reproduzindo a visão crítica.

E usamos chavões que só na nossa profissão utiliza.

Eu discordo no sentido, pois, qualquer um das ciências humanas notaria,

Não somente o Serviço Social como ele descrevera.

Essa conversa iniciou-se após que ler uma poesia da uma também  amiga poetisa Lilian

Eu revelei que tenho dificuldade de expor, porque, fico intimidada com tanta gente boa.

Tudo bem há insegurança, e medo das criticas talvez,

De alguém dizer você não nasceu para escrever, cai fora.

Eu teimosa que sou estou aqui expondo isso para vocês.

Em suma estou aqui escrevendo isso e matutando  mentalmente que isso não rimou.

Mas poesia não necessariamente tem que rimar.

Mas o que fiz não é poesia.